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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Simplesmente... renascer em ti em cada amanhecer!


Por Roberto Ramos

Minha Amada,

...(Ir) para o Além não há empenho, posterga-o, pois, já é meu lar, de onde venho. Para além, há somente uma solidão árida... sem cor! Para além, há marcos que transbordam velhas cicatrizes de dor.

(...)

Nesse meu deserto sôfrego, pedras se movem ao acaso, apenas meu coração quebra o silêncio... me recuso crer!

Folhas rasgadas e pisoteadas encontradas pelas longas jornadas foi meu alento. Alimento d´alma e esperança, em fio. Exalavam perfumados aromas de amor... me fazendo respirar vida e sentir novamente o pulsar do cerne.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Não quero, definitivamente, te perder!

por Roberto Ramos

Menina Priscila,

(meus sussurros gritam...)

- Pri...Pri...

(Repetidas vezes... é um desespero olhar ao lado com minhas mãos trêmulas e fracas e não te encontrar... repetidamente grito e grito teu nome denunciando minha maior fraqueza...)

- Pri... Pri... Pri...


Me perdi em você, nesse universo cósmico de sentimentos, e como não tenho chão, não sei para onde ir, sinto que ao soltar tua mão, por desprezíveis frações de um segundo... tempo de Deus! Que deserção arrebatadora... Levante de castigo. Te perdi e meus olhos não te alcançam mais. Foi tão repentino que gardênias nasceram ao meu redor, regadas pelas lágrimas que meus sentimentos quentes se transformaram...

Me perdoa... Que seja, pelo meu último desejo, descortino do último vislumbrar do teu crepúsculo com todas minhas energias que me restam e se esvai em dor, e poder sucumbir diante do Pai, que tira o pecado do mundo. Que meu último fôlego jaz em tua direção e assim congelo em minh´alma tuas belas e lindas curvas, tato de pêssego, corpo de pétalas, aroma de gardênia, onde li nos teus livros, transcritos descriptografados pela minha essência que teu mais profundo âmago gerou. Deixa-me cair em teus braços... mesmo sabendo que sou apenas sentimentos quentes e tuas pétalas sentirá apenas uma brisa suave de verão. Apenas observa mais uma vez, o meu último hálito de amor, num ósculo de cópula.

Me perdoa... Agora sei o quanto é maravilhoso sonhar... pois seria eterno no meu próprio sonho, se no abismo desse silêncio, e na iminência do real e da cura dessa dor, me desse o "sonho" dessa ultima valsa. Sonho e esperança que alivia essa cruz mortal...

Me perdoa... Meu profano foi minha maior dor, agora eu sei... agora eu sinto! Meu coração está sendo dilacerado dentro do meu peito e eu ainda vivo, sobrevivendo... sentindo essa dor. Suportando com todas as forças que me resta, e se esvai em indescritível dor, quem sabe há providência do teu retorno... e o perdão musal por profanar e FANTASIAR!

Me perdi... e não quero, nesse deserto sucumbir sem teu perdão e, definitivamente, te perder!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sinta-se, definitivamente, amada!

por Roberto Ramos

Onde aconchegar-se, se meu mundo não há chão. Nem tão pouco me atrevo tê-la em meus braços, nesse precipício sonoro, se não sou concreto. Sou apenas sentimentos quentes, que se amorna em infinitos pingos que caem dos céus, como, quando da minha jornada, aquelas tuas lágrimas que outrora desmoronou meu coração.

Hoje, vagueio impulsionado pelos filmes coloridos, onde sou teu coadjuvante, teu co-autor, onde soprei juras, verdadeiros murmúrios de amor. Se quiseres assistir a minha versão cinematográfica, então me ausculta atentamente, sente meu coração em ritmo prosopopéico, mergulhando num prelúdio, mergulhando num desejo ávido de sentir teus lábios sedentos. Se há dúvida em qualquer prólogo, pesca as pistas que deixamos espalhadas ao além imaginário, dos bilhetes, das missivas, das pinturas... Recorre aos livros marcados ao teu tempo, e terá, além do filme, concretizado nossos solenes sonetos. E, no final do ato, as luzes ainda apagadas, e, se ainda não bastasse, me permito deixar meus olhos, viajantes, longe do real... Só assim, te encontro. Só assim o meu mais vil, insano e obsceno desejo te alcança. Só assim teu regozijo será meu pleno gozo. E seremos um só, e nem mesmo nós saberemos onde começa um e termina o outro.

Senão pelo lúcido do ser, e, talvez, pela consciência do implacável e lúbrico amor que me invade e toma conta dos impulsos eloqüente da alma, me apavoro, sinto existir apenas no teu mais profundo âmago. Minhas carícias percorrem teu corpo, mas não vejo minhas mãos... apenas o arrepio da tua pele. Toco teus cabelos, mas não vejo meus dedos... apenas o esvoaçar das tuas lindas madeixas. Encosto meus lábios nos teus, num ósculo arrebatador, mas não sinto o calor da tua pele, agora, levemente úmida... apenas levo aos quatro cantos teu cheiro, que como uma flor que na primavera desabrocha, exala.

No meu mais íntimo inconsciente, algo me sugere, que teima e me infunde no ânimo, como que se faz essencial a minha sobrevivência, que minha percepção foge do real por sermos apenas um só em delírios transcendentais.

Sinta-se tocada... Sinta-se beijada... Sinta-se vestida... Sinta-se invadida... Sinta-se no inevitável... Sinta tudo que há em mim pois sou todo amor. Sinta-se, definitivamente, amada!

Óleo sobre tela: Obra inacabada, "Descobrindo o Jardim Secreto" por Roberto Ramos